O Médico de Família, hoje

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Os tempos em que vivemos são presididos por uma medicina altamente técnica, institucional e especializada. Paradoxalmente a relação médico-paciente encontra-se deteriorada e se caminha para à despersonalização da uma medicina que parece não satisfazer o paciente.

Quando se contempla a situação do ponto de vista do paciente, que é quem pretendemos servir com nossa ciência médica, salta à vista a necessidade desse elemento integrador, que organize a desordem provocada pela doença. Um referencial de confiança, ponto de apoio para guiar o paciente, com sentido profissional, na sua condição de enfermo. É necessário que o médico consulte e estude o paciente como um todo, em unidade, numa abordagem geral e completa. O paciente sabe, então, que alguém cuida dele, que há um responsável pelo seu estado cuja meta é procurar os melhores recursos para atendê-lo.

Neste contexto, como um direito que o paciente reclama, surge o que gostamos de denominar “medicina de família”. A figura do médico de família traz benefícios substanciais ao paciente. O primeiro, e mais importante, é ter um profissional como médico de referência para os problemas diários de saúde. Um médico que é técnico, e ao mesmo tempo humano, depositário da confiança do enfermo.

É preciso recuperar a perspectiva humanística da medicina pois o humanismo é inato à profissão médica. Um médico sem humanismo não será propriamente médico; na melhor das hipóteses, trabalhará como um “mecânico de pessoas”.

Não são estas considerações restritas ao clínico, mas a todos os médicos, sobretudo aos que se encontram em período acadêmico de formação. A medicina de família é, no nosso entender, um estilo de praticar a medicina. Se queremos, trata-se do estilo de sempre, aquele que nunca deveríamos ter perdido e que nos governa e orienta para, no meio do progresso, não perder o objetivo e razão da nossa profissão: o cuidado do paciente.

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