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Mark Twain: “Joana D’ Arc”.

Mark Twain: “Joana D’ Arc”. Record. Rio de Janeiro. 2001. 472 pgs

A tertúlia literária deste mês, leva-nos até Joana D’Arc, no magnífico retrato que dela faz Mark Twain.  O autor americano chegou a afirmar que este livro, o último que escreveu, era a sua melhor produção, mesmo não tendo agradado a todos. Talvez porque Twain, após profunda pesquisa, afeiçoou-se da personagem, até o ponto que o escritor incarna Louis de Conte, o escudeiro de Joana d’Arc, que foi companheiro na infância, e de sangue nobre. O resultado é agradável, encantador, transpira ingenuidade e clareza. Não é apenas um relato histórico frio, mas permita ao leitor envolver-se afetivamente,  a semelhança do próprio autor, que culmina num canto à heroína francesa.

O envolvimento afetivo, porém, não tira seriedade à investigação histórica, e Mark Twain faz questão de explicitá-lo: “Considero pouco razoável formar uma opinião quando não há suficientes provas para fundamentá-la. Criar uma pessoa desprovida de ossos poderia resultar de aspectos agradável, mas seria frágil, não se sustentaria em pé. A evidência é como o osso, o esqueleto, de uma opinião”.

O cenário situa-se no epílogo da Guerra dos Cem anos. Iniciada em 1337, prolongou-se ano após ano, até a Inglaterra submeter a França em Crécy.  Recuperou-se a França até a nova derrota em Poitiers. E finalmente, após nova recuperação, foi humilhada no desastre de Azincourt. Joana surge em 1429 com a missão clara de liberar Orleans do poderio inglês e conduzir o herdeiro da coroa francesa -o Delfim- para ser coroado em Reims.

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La casa de Papel: a surpreendente imprevisibilidade do fator humano.

Criada por: Alex Pina.  Úrsula CorberóItziar ItuñoÁlvaro Morte, Pedro Alonso, Alba Flores, Miguel Herrán, Jaime Lorente, Paco Tous, Darko Peric.

Já falei várias vezes,  aqui e em outras ocasiões: as séries são terreno onde não me manejo bem. Minha praia são filmes, garimpados, recomendados por referências confiáveis, e que têm começo, meio e fim. Talvez seja pelo meu viés educacional, uma lente que filtra os recados que o celuloide destila. Mas reconheço que fiz algumas exceções, e acabei bisbilhotando alguma série  e até escrevi sobre os aprendizados.

Desta vez foi por insistência de amigos, pacientes, conhecidos. “Como você não assistiu essa série? É espanhola. Muito original. Uns sujeitos que planejam um assalto à fábrica da moeda em Madrid!”. O apelo do cenário dos meus anos moços, acrescido da insistência, fizeram-me capitular. E lá fui eu ver o assalto-roubo do século… e me deparei com uma fenomenologia das variáveis do fator humano!

Entrar no argumento -o que nunca faço- é neste caso supérfluo. Porque a trama é transparente e facilmente resumível: um planejamento perfeito de um golpe de milhares de Euros….sem lesar ninguém. Não é propriamente roubo, mas produção independente, injeção de liquidez, por usar o eufemismo dos bancos europeus. Os diversos capítulos são um tutorial para chegar lá. Mas, e aqui está o núcleo que motiva estas linhas, o manual tem tudo previsto….salvo o funcionamento vital do ser humano!